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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

setembro


setembro.
o mês dos meses. 
moroso para vir, apressado em partir.
natal é sua definição: do timão, o meu, de queridos.
sempre traz a primavera e com ela a esperança.
de vez em quando é a cabeça do ano, porém sempre é um reinício.

paro por aqui de atrever-me a escrever e deixo-vos as belas palavras de adélia prado:

“Podei a roseira no momento certo
e viajei muitos dias,
aprendendo de vez
que se deve esperar biblicamente
pela hora das coisas.
Quando abri a janela, vi-a,
como nunca a vira,
constelada,
os botões,
alguns já com o rosa-pálido
espiando entre as sépalas,
jóias vivas em pencas.
Minha dor nas costas,
meu desaponto com o limite do tempo,
o grande esforço para que me entendam
pulverizaram-se
diante do recorrente milagre.
Maravilhosas faziam-se
as cíclicas perecíveis rosas.
Ninguém me demoverá
do que de repente soube
à margem dos edifícios da razão:
a misericórdia está intacta,
vagalhões de cobiça,
punhos fechados,
altissonantes iras,
nada impede ouro de corolas
e acreditai: perfumes.
Só porque é setembro”.